Guilherme desencanta depois de 11 jogos sem balançar as redes e Neymar quase marca um golaço de falta Há alguns estágios no processo de saída da crise para uma grande equipe. Antes mesmo de voltar a jogar bem é primordial vencer, seja da forma que for. E nesta noite de domingo, o triunfo por 1×0 contra o Vitória, no Barradão, representou um importante recomeço. Há pouco, porém, a se exaltar na análise do desempenho santista. O time segue no Z4, mas ganhou a 18ª posição do Juventude.
O Santos não vencia desde o dia 16 de abril, quando bateu o Atlético Mineiro na Vila Belmiro. Foi também o primeiro triunfo em seis jogos com a nova comissão técnica comandada por Cléber Xavier. Chamou a atenção negativamente a falta de criatividade do Vitória em mais uma partida. Neymar jogou 35 minutos e foi importante nos acréscimos.
Escalações
Thiago Carpini optou por Baralhas improvisado na lateral-direita. Claudinho ficou no banco. Zé Marcos recuperou espaço na zaga e barrou Edu. Matheuzinho voltou de suspensão normalmente e formou o meio com Ronald e Ricardo Ryller. Já Cléber Xavier ainda não pôde escalar Neymar de início. Manteve quase a mesma equipe que foi eliminada pelo CRB. Zé Ivaldo, suspenso, deu lugar a João Basso.
Como Vitória e Santos iniciaram o duelo válido pela 10ª rodada do Brasileirão 2025
Rodrigo Coutinho
O jogo
Duas escapadas explorando os espaços nas costas da defesa do Vitória foram suficientes para o Santos ser perigoso e terminar o 1º tempo com um triunfo parcial no Barradão. Guilherme desencantou depois de mais de três meses sem marcar e concluiu de cabeça o cruzamento perfeito de Souza. Os dois construíram toda a jogada ao lado de Deivid Washington.
O ataque do gol santista foi basicamente o primeiro que o time fez superando a marcação adiantada do Vitória. Deivid Washington foi lançado em profundidade por Guilherme antes do cruzamento de Souza. Anterioemente, o próprio Guilherme já tinha recebido um lindo lançamento de Barreal nas costas de Halter e Baralhas, mas perdeu um gol feito diante de Lucas Arcanjo.
Por mais que tenha aumentado o tempo de posse de bola depois dos 35 minutos, as duas jogadas citadas acima foram tudo o que o Peixe fez de produtivo ofensivamente antes do intervalo. O Vitória não teve leitura para retrair sua linha de defesa nos lances em que o jogador adversário tinha liberdade para fazer a bola ganhar a direção do gol rubro-negro.
Guilherme, do Santos, comemora gol contra o Vitória pelo Campeonato Brasileiro
Divulgação/Santos FC
Os donos da casa, no entanto, apresentaram bons momentos. Tentaram ser agressivos desde o primeiro minuto. Subiram a marcação, buscaram combinações entre pontas e laterais pelos flancos, mas tiveram pouca capacidade de penetração no fechado time paulista. As faltas laterais e escanteios, além de bolas retomadas no campo de ataque, foram a melhor forma de produção.
Renato Kayzer assustou Brazão em chute da entrada da área e perdeu boa chance ao mandar de ”peixinho” para fora um rebote do goleiro. Osvaldo, Ryller e Ronald também arremataram de fora da área. Matheuzinho poderia ter encostado mais para tentar triangulações com Baralhas e Gustavo Mosquito pela direita. Ronald também fez pouco esse movimento de auxílio a Jamerson e Osvaldo.
Carpini sacou Mosquito no intervalo e botou Lucas Braga. A mexida não teve efeito de melhora ou maior ímpeto imediato. O cenário manteve-se de forma morosa. O Vitória tinha mais a bola no ataque, o Peixe buscava proteger a área e sair em velocidade. Rollheiser começou a aparecer com destaque no 2º tempo. Acertou a trave de Lucas Arcanjo e puxou um ótimo contragolpe.
Renato Kayzer em Vitória x Santos
Victor Ferreira/EC Vitória
Neymar e Thaciano entraram aos 18′. Guilherme e Barreal saíram. Rollheiser passou a trabalhar aberto pela direita. Thaciano entrou pela esquerda. Erick e Léo Pereira foram as cartadas de Carpini para aumentar a agressividade do Leão. Ricardo Ryller e Osvaldo foram sacados. Ronald passou a ser o volante mais recuado.
Cléber Xavier precisou sacar o desgastado João Basso pouco depois da metade da 2ª etapa. Luisão o substituiu e a capacidade de defender a área teve uma queda. A pressão do Vitória aumentou com mais atacantes em campo. Brazão espalmou um chute muito perigoso de Léo Pereira. Luca Meirelles e Gabriel Bontempo foram os últimos a entrar no Peixe. Deivid Washington e Rollheiser saíram.
O Santos era pressionado e tinha pouca capacidade de retenção de bola ou contragolpe. Neymar mal recebia em condições de dar prosseguimento a algum ataque, mas isso foi mudando conforme o tempo passou. O Vitória parece ter se desmobilizado diante das boas intervenções de Gabriel Brazão, e o Peixe aumentou a duração de suas trocas de passe.
Neymar conseguiu fazer duas boas jogadas nos acréscimos. Em uma delas, sofreu falta na entrada da área e mandou no ângulo de Lucas Arcanjo, que realizou grande defesa. O Vitória não conseguiu buscar o empate e terminará a rodada na zona de rebaixamento com o triunfo do Grêmio sobre o Bahia.
