Pesquisa Quaest divulgada nesta semana apontou 57% de desaprovação do governo, pior índice desde o início deste mandato. Resultado ruim ocorre em meio à crise do INSS. O presidente Lula se equilibra sobre os braços ao tentar copiar movimento de acrobata durante visita a exposição em Paris, na França, com o presidente francês, Emmanuel Macron, em 6 de junho de 2025.
Michel Euler/ Pool via Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou nesta sexta-feira (6) o que chamou de “notícias negativas” sobre ele e disse estar “feliz da vida”.
O petista deu as declarações durante participação no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-França, realizado em Paris, na França. Lula cumpre agenda oficial no país europeu nesta semana.
“O mundo não protege quem fica em casa descansando. Eu levanto todo o dia 5h30, faço duas horas de ginástica e vou dormir meia noite ouvindo notícias negativas contra mim e estou feliz da vida”, afirmou.
Lula fez a afirmação dois dias depois da divulgação de um levantamento da Quaest, em que 57% dos entrevistados disseram desaprovar o governo Lula. É o pior índice desde o início do mandato.
Já a aprovação da gestão do presidente oscilou para baixo dentro da margem de erro, para 40%, e é a menor desde o início do mandato.
O resultado ocorre em meio a investigações sobre descontos indevidos em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Lula: eleição com IA vai ser ‘100% de mentira’
Lula diz que acordo Mercosul-UE é uma necessidade
Lula discursou por quase uma hora no encontro com os empresários e abordou uma série de temas.
O presidente criticou a forma de desenvolvimento da inteligência artificial no mundo e projetou seu uso nas campanhas eleitorais: “Imagina o que vai ser uma campanha eleitoral com inteligência artificial: 100% de mentira”, disse.
“Se a inteligência artificial é tudo o que dizem que é, eu fico com medo, porque para que serve o ser humano? Nós vamos ser descartados”, declarou.
Brasil foi tratado como ‘paisinho de 3º mundo’, diz Lula
No discurso, Lula citou os prêmios de Ainda Estou Aqui (Oscar) e O Agente Secreto (Cannes) e disse estar muito orgulhoso com as conquistas do cinema nacional.
“É muita coisa, é muito orgulho para nos que sempre fomos tratados como um paisinho de terceiro mundo. A gente ganhar Cannes e ganhar o Oscar é motivo de muito orgulho”, afirmou.
Ele também declarou que o turismo gera maior impacto na economia francesa do que na brasileira e disse que isso ocorre porque a França tem uma história mais documentada do que a do Brasil.
“A França é um país que tem na sua economia o turismo como um dos pilares mais fortes porque vocês têm história, são mais de mil de anos de história. Nós não temos história, nós fomos descobertos pelos portugueses. Depois, num primeiro tempo, se matou quase todos os indígenas. Em outro tempo, começou-se a trazer o povo negro da África, 350 anos de escravidão”, afirmou.
Investimentos e futebol
Lula tem sido criticado por opositores por conta de suas viagens ao exterior. Em Paris, Lula disse que viajou ao país europeu em busca de novos investimentos
“Voltar a Paris não para passear. Voltar a Paris para estreitar as relações de dois países de uma língua de origem muito forte com o latim”, disse.
Ele também comparou a política ao futebol, citando recente conquista da Champions League, principal torneio europeu de clubes, pelo Paris Saint-Germain.
“No futebol e na política o conjunto vale muito mais do que a fama individual”, afirmou o petista.