Depois de 1º tempo equilibrado, o Alvinegro produziu muito na 2ª etapa O Atlético Mineiro mostrou ter entendido a melhor forma de encarar o específico sistema de marcação do Maringá, e construiu uma incontestável goleada na noite desta quarta, na Arena MRV. O 4×0 com gols de Rubens, Patrick, Rony e Lyanco ficou barato para o time do norte do Paraná, que caiu muito de produção quando os donos da casa abriram o placar.
O ”Dogão” entrou em campo disposto a complicar a vida atleticana. Foi um time competitivo até os acréscimos da 1ª etapa. Incomodou em contragolpes e ataques diretos, além da ”chatíssima” marcação homem a homem. O Galo, por sua vez, não abdicou do plano idealizado e viu o resultado ser construído de forma natural no 2º tempo. Terminou o jogo com mais de 20 finalizações
Escalações
Cuca não teve Guilherme Arana. Optou por Rubens na lateral, o que abriu espaço para a entrada do jovem Patrick, que formou o meio-campo com Alan Franco e Gustavo Scarpa. Já o técnico Jorge Castilho manteve o esquema com três zagueiros do Maringá, mas optou pelo atacante Robertinho na ala-direita.
Como Atlético Mineiro e Maringá iniciaram o duelo de ‘volta’ pela 3ª fase da Copa do Brasil 2025
Rodrigo Coutinho
O jogo
Partidas do Maringá são um excelente exercício para quem gosta de observar o jogo sob o viés tático. O time paranaense utiliza a marcação individual o campo inteiro. Há raras trocas de alvo de marcação, e a ”sobra” na defesa não existe. Isso não é tão comum atualmente. Há equipes que utilizam tal estratégia em momentos e em partidas específicas, mas sempre com trocas e adaptações.
O vice-campeão paranaense não faz essas concessões, o que tornou a realidade ofensiva do Atlético algo muito particular na noite desta quarta-feira. Cada jogador do Galo tinha um ”carrapato” em seu encalço. Realidade que os atletas mais talentosos detestam.
Vilar marcava Hulk. Tito seguia Rony, Max Miller acompanhava Cuello de perto. Robertinho e Negueba tinham como alvos Rubens e Natanael. Buga marcava Scarpa. Bonifácio era a sombra de Patrick. Léo Ceará a de Alan Franco. Moraes vigiava Junior Alonso e Maranhão fazia o mesmo com Lyanco. Apenas Éverson tinha liberdade de ação, e dos pés dele os ataques do Galo eram iniciados.
A opção de Cuca foi a mesma do jogo de ”ida”. Evitar passes curtos perto da área. Cuello foi o principal alvo das bolas longas, seja para atacar a profundidade ou reter a posse de costas para Max Miller. Isso deu certo nos primeiros minutos. O atacante argentino quase abriu o placar e chegou perto de servir Rubens na área, mas aos poucos os visitantes foram entendendo a melhor maneira de neutralizar.
Atlético x Maringá; Copa do Brasil
Pedro Souza/Atlético
Scarpa fazia alguns momvimentos de recuo. Hulk também. Junior Alonso se aproveitou da pouca aptidão defensiva do atacante Moraes para encaixar arrancadas e criar jogadas de perigo. Rubens e Natanael se mexiam livremente para cansar e arrastar os combates de Robertinho e Negueba. foram participativos. Depois dos 30 minutos, o Maringá aumentou o número de faltas cometidas.
Marcar desta forma é muito cansativo, principalmente diante de uma equipe que busca se mover e não se entregar às perseguições. O Maringá, no entanto, também teve seus momentos de perigo. Atacava com bolas longas, encaixava contragolpes interessantes. Éverson precisou fazer defesas salvadoras em finalizações de Robertinho e Moraes, mas o 1º tempo foi vencido pelo Galo Mineiro.
Rubens aproveitou o cochilo de Robertinho e a esperteza de Cuello, que bateu rapidamente um lateral para ele na área. O meio-campista dublê de lateral só teve o trabalho de tirar do goleiro Rafael William nos acréscimos.
Rubens – Atlético-MG x Maringá – Arena MRV – Copa do Brasil
Fernando Moreno/AGIF
O gol marcado na reta final da 1ª etapa parece ter desmobilizado a marcação individual do Maringá, além de elevar o nível de confiança dos atleticanos. Em dez minutos de 2º tempo o Galo já havia somado sete ações ofensivas de destaque, e ampliou o placar com o jovem Patrick, aproveitando o cruzamento rasteiro de Natanael. Scarpa foi bem na origem da jogada.
Quem seguiu atropelando a marcação de Max Miller foi Cuello, que enfileirou ótimas jogadas pela esquerda e por pouco não marcou. Lyanco deu uma de atacante e foi lançado por Éverson nas costas da defesa. Maranhão, que o seguia desde o campo de defesa, cometeu o pênalti, mas Hulk desperdiçou. Bateu por cima da meta.
Cuello sentiu a coxa e deu lugar a Bernard na metade da 2ª etapa. Logo depois foi a vez de Fausto Vera e Junior Santos substituírem Patrick e Hulk. Com espaços de sobra para contra-atacar, o Atlético voltou a criar chances em sequência. Rony marcou ao receber de Scarpa em uma delas. Nos últimos minutos, Lyanco completou de cabeça a falta cobrada por Bernard e deu números finais ao placar.