Erika Hilton afirma que vai manter maquiadores em seu gabinete e MP vê ‘desvio de finalidade’

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Erika Hilton afirma que vai manter maquiadores contratados como assessores em seu gabinete – Foto: Divulgação/ND
A deputada federal Erika Hilton (PSOL) afirmou, na sexta-feira (27), que vai manter empregados os dois maquiadores contratados como assessores em seu gabinete. As contratações repercutiram ao longo desta semana e integrantes da oposição enviaram um pedido para que a Procuradoria-Geral da República apure o caso.
Lucas Rocha Furtado, subprocurador-geral do Ministério Público, também protocolou um pedido de investigação junto ao Tribunal de Contas da União. Os funcionários trabalham para a parlamentar desde maio de 2024.

Ronaldo Cesar Camargo Hass e Índy Cunha Montiel da Rocha recebem salários de R$ 9.678,22 e R$ 2.126,59, respectivamente. Além da maquiagem, exercem outras funções no gabinete, segundo Erika.
“O Ronaldo é formado em Arquitetura e Urbanismo e foi importante em uma série de discussões que fizemos sobre São Paulo, sobre plano diretor e questões envolvendo a Cracolândia. A Indy tem uma articulação gigantesca com a juventude e acompanha a Comissão de Direitos Humanos”, afirmou Erika Hilton em entrevista à CNN.
Ela destaca que as maquiagens seriam feitas de maneira esporádica, fora do horário de trabalho. A escolha dos assessores seria por “serem pessoas de confiança” da deputada e “não há nada a ser escondido”. Erika justifica que os profissionais também administram suas redes sociais.
Deputada afirma que os dois funcionários exercem outras funções, como administração das redes sociais e acompanhamento de comissões – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Subprocurador vê ‘desvio de finalidade’ em assessores de Erika Hilton
No documento enviado ao Tribunal de Contas da União, o subprocurador Furtado menciona os assessores como contratações que configurariam “desvio de finalidade”. O pedido foi protocolado na quarta-feira (25).
Segundo Furtado, os funcionários teriam sido contratados em razão de sua qualificação como maquiadores, o que também violaria o princípio de impessoalidade. Ele solicitou que, caso confirmadas as irregularidades, a deputada faça o ressarcimento de eventuais prejuízos aos cofres públicos.
Oposição pede que a Procuradoria-Geral da República investigue o caso
Os deputados Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Zucco (PL-RS) também entraram com representação. Eles pedem que a Procuradoria-Geral da República investigue a conduta de Erika, sob suspeita de improbidade administrativa e quebra de decoro parlamentar.
A deputada, em resposta, negou que a contratação tenha sido feita com verba do gabinete. “O que eu tenho são dois secretários parlamentares que estão comigo e me assessoram em comissões e audiências, ajudam a fazer relatórios e prestam um serviço incrível me acompanhando nas minhas agendas”, escreveu em publicação no X na terça-feira (24).
Ela também afirmou que “identificou outros talentos” além da maquiagem em Índy e Ronaldo, mas que “quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso”.