Liga Conferência é chance de redenção inusitada para um Chelsea em reconstrução

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Se existe uma palavra que resume a temporada 2024/25 do Chelsea, essa palavra é inusitada. Tudo nos Blues este ano teve um tom de surpresa, que pode culminar em glória nesta quarta-feira (28), às 16h, contra o Real Betis, na final da Conference League.
É um feito até que impressionante para um clube que ainda digere os efeitos da venda forçada por Roman Abramovich em 2022, movimento que afetou profundamente sua estrutura financeira e planejamento esportivo e obrigou o clube a se repensar enquanto instituição.
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Cucurella comemora o gol da vitória do Chelsea sobre o Manchester United
Darren Walsh/Chelsea FC via Getty Images
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Treinadores como Graham Potter e Frank Lampard foram moídos, e Mauricio Pochettino levantou mais dúvidas que certezas com um trabalho abaixo do esperaço. O jeito foi recomeçar tudo com Enzo Maresca, mais um ex-auxiliar de Guardiola em busca de um protagonismo próprio. Sem grandes investimentos e com um elenco enxuto, o objetivo era modesto: voltar à Liga dos Campeões.
O planejamento original da diretoria era confiar a Maresca um trabalho de dois anos, antecipando os desafios do curto calendário pós-Mundial de Clubes. A ideia era formar um time base para voltar à Liga dos Campeões e equilibrar a balança financeira do clube, que opera sob pressão do fair play financeiro e tenta se reerguer sem perder competitividade.
E aí veio o inusitado. Apesar das críticas ao estilo por vezes pragmático de Maresca, o Chelsea foi fazendo uma campanha decente na Premier League enquanto avançava de fase na Liga Conferência. Quando o temido mês de janeiro, conhecido pelas lesões na Inglaterra, chegou, o título continental começava a se desenhar.
Foram 11 vitórias em 13 jogos contra adversários tecnicamente inferiores. Em muitos deles, Maresca rodou o elenco e deu chances a jovens da base. Reggie Walsh, aos 16 anos, se tornou o titular europeu mais jovem da história do clube. Tyrique George, Shim Mheuka, Josh Acheampong e Genesis Antwi também ganharam minutos, assim como Nicolas Jackson e Cole Palmer, que ainda buscavam afirmação no elenco principal.
Chelsea está em boa sequência sob o comando de Enzo Maresca
Reuters
A combinação de aposta na base com a chance de um título europeu fez o clima mudar totalmente no lado azul de Londres. Há convicção no trabalho de Maresca e uma esperança no futuro que não houve com nenhum outro treinador desde a chegada de Antonio Conte, em 2016, na época um dos melhores treinadores europeus.
Boa parte dessa esperança se consolidou com a vitória sobre o Manchester United em Stanford Bridge, que levou o Chelsea a superar a pontuação final da temporada anterior, mesmo com uma rodada ainda por disputar.
Financeiramente, a Conference League deve render ao clube entre 25 e 30 milhões de euros. Mais do que isso, é a oportunidade de se tornar o único time a conquistar os três títulos continentais da UEFA. O Chelsea já tem duas Ligas dos Campeões e duas Ligas Europa. E pode ter hoje mais um título continental. O mais inusitado deles.
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